sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Até a próxima primavera

Partiu praia.

A quem interessar possa.

Feliz início de ano.

A quem interessar possa também!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Conversa de botequim

Júlio e Romano se encontram sempre às 19:30 no botequim da esquina de casa.

-Porra Romano, e essa chuva aí, meu irmão? Atrapalha demais a nossa vida, né?
-Eu gosto! Da chuva e de coisas atrapalhando a minha vida. Assim sobra tempo pra vir no bar.
-Como assim, Romano? Tu tá no bar todo santo dia, chegado! Desde quando precisa chover pra tu vir tomar birita?
-Quando chove eu me sinto verdadeiramente inspirado a tomar cachaça. No calor eu tomo só pra amenizar a temperatura.
-Romano, velho... tu é mermo uma figura. No calor, toma pra esfriar, no frio toma porque se sente inspirado. Todo bêbado tem uma desculpa mermo, né?
-E a tua, Júlio? Qual é a tua pra não fazer nada o dia inteiro e vir pra cá todo dia às sete horas biritar?
-Ué, eu não tenho uma. Eu venho porque eu gosto do muquifo, ora!
-É, parceiro. É isso aí mesmo. Eu pelo menos ainda tenho duas desculpas.

(...)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Mais 8 coisas aleatórias sobre mim

Não necessariamente DITAS por mim. Enjoy it!

1) “ela é dependente de manteiga de cacau”
(Maria Clara Paz)

2) “eu realmente sinto medo da Natália quando a noite se aproxima... não que ela se torne tarada ou ninfomaníaca... é que ela começa a sentir saudades do Harmonia do Samba, e isso realmente me deixa amedrontado!!!”
(Flávio Meireles)

3) “cara, tu sabe coisas de carro mais do que muitos homens. tipo: pegar no tranco, trocar pneu. e isso realmente me espanta (e alegra, pq eu sei q se tu tiver cmg no carro, vai tá tudo bem!)”
(Franciane Barbosa)

4) “a natália é a pessoa que mais serve no mundo pra fazer trabalhos universitários cmg. Porque ela tem preguiça, mas ela tem consciência..exatamente como eu kkkkk. eu pensei em dizer q ela tb é pessoa que eu conheço que mais dá valor ao pai e a mãe. tudo do jeitim dela.coisa bonita. bonita mesmo”
(Sanmya Meneses)

5) “A Natalia é uma pessoa que sempre tem um "e ai, viado!" pra dar. Um carinho, um abraço,um afago pra receber. Uma frase amiga qdo se precisa. Uma briga escrota qdo necessaria. Ela eh assim mesmo . . curta e grossa, e única; e insubstituivel; e indizivel.”
(Ennio Sales)

6) “Eu estranho a capacidade dualística da natália de, num momento, ser extremamente sincera/bruta com pessoas desconhecidas ou não, criando a imagem de uma pessoa segura. E, noutras horas, encarnar a mais insegura para determinados assuntos.”
(Edson Costa)

7) “A natália eh amigan, divertidan e arrason. E a gente fala assim que nem retardadan puxando o "N", quase toda hora”
(Clarissa Poty)

8) “A Natália é a pessoa mais organizada que eu conheço. Tipo acho lindo as provas dela, onde ela cosnegue fazer o texto justificado, 1,5 entre as linhas numa folha sem pauta :-O E só ela presta atenção quando eu fico falando sozinha no meio das conversas :D”
(Luciana Dantas)


P.S.: “obviamente seu sotaque eh um deles.”
(Jader Pires)
P.P.S.: “a natália é incrivelmente cabeça-dura. chega a ser irritante... mas é positivo também. se ela quer uma coisa, ela faz, e faz do jeito dela.”
(Pedro Jansen)

O que eu mais gostei nisso tudo, foi que nada se repetiu. Para cada um dos 8 amigos que convivem comigo diariamente se ressalta esse ou aquele traço da minha personalidade.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Rolinhas, andorinhas, pardais...

Quando eu tinha uns 5 anos, minha mãe chegou em casa segurando uma gaiolinha com uma pássaro dentro. Eu lembro bem de ter olhado pra mão dela e, sem entender muita coisa ouvi-la dizer “olha minha filha, a mamãe trouxe um passarinho lindo pra você. É uma rolinha”.

Eu nunca tinha ouvido falar dessa tal de rolinha. Mesmo assim, peguei a gaiola, fui lá pra sala de casa e fiquei admirando o bicho a se debater naquele cubo minúsculo, feito com pedaços de madeira. Tinha uma cuia com água, outra com alpiste e um monte de cocô pelo chão do lar da rolinha. Achei aquelas condições de moradia tão indignas, que soltei a bicha no chão da sala.

Acho que ela estava com as asas cortadas, porque em vez de voar, ela saiu correndo (pulando) feito rolinha louca que era. E eu fui atrás dela. Ela pulava 8 vezes e eu dava um passo. Até que a perdi de vista. Eu era feliz de ter soltado a rolinha e ela não viver mais naquele cubo fedido, com um pouco de água e comida e muita merda. Mas, o cubo continuava lá, caso ela quisesse voltar.

Ela não voltou. Tempos depois eu descobri que ela gostava de ficar atrás da geladeira. Não sei... devia ser quente e ela devia se sentir bem por lá, com uma muralha de proteção e eventuais caroços de arroz que caíam por ali, por ser perto do fogão. Vai ver ela gostava mesmo era de lugares empoeirados e pouco arejados. Vai ver ela era suicida.

A empregava gostava de limpar atrás da geladeira. Mas, limpava tão bem, que quando foi colocar a geladeira de voltar no lugar, imprensou a rolinha que esteve lá todo o tempo em que ela limpava. Imprensou e machucou feio a bichinha.

Peguei o pássaro na mão e fui acordar meu pai, que devia estar de ressaca. Ele não estava bêbado, eu lembro. Ou pelo menos acho que lembro. Ele estava lá, lânguido (o pássaro), arfando de dor e de vontade de morrer logo, vai saber.

- Pai, pai!!! A fulana matou minha rolinha! Matou minha rolinha!
- Não matou, Natália.
-Tá viva, pai? - Arregalava os olhos cheios de esperança de reaver em ótimo estado meu primeiro bicho de estimação.
- Tá viva, mas não muito.

Começávamos a caminhar para a área externa da casa, onde tinha uma pia e uma torneira. E um saco de lixo.

- Ela tá viva, mas tá sofrendo muito! A gente não pode deixá-la sofrer desse jeito.
(Crect)
- Pai... tu matou minha rolinha?
- Ela já ia morrer, Natália. Eu só amenizei o sofrimento dela.
(...)
-Tabom, pai. Depois a mãe traz outra pra mim.

Foi assim a morte do meu primeiro bichinho de estimação. Sem velório, sem músicas fúnebres, sem enterro glorioso com roupas pretas e dia chuvoso. Ela foi pro saco de lixo, sem sentimentalismos, sem delongas.

Nesse dia, meio sem querer, eu aprendi o que mais tarde descobriria nos livros e artigos científicos como eutanásia. Minha rolinha realmente ia morrer, dava pra ver no olhar.

E nunca mais tive um pássaro que morasse atrás da geladeira. Nem empregadas...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O ato inoportuno que vale para toda uma vida

Aquela fumaça foi se infiltrando em cada brecha do escudo de madeira podre, tão calejada dos invernos e verões da vida dela. A Preta sorveu cada mm da extensão daquela fumaça densa e viu que fazia bem. As respostas vieram por cada poro da pele morena bronzeada, fruto de tanta exposição solar a que se prega aos verões. A pele, a alma, o coração respondiam verdadeiramente, apesar das reservas. Respondiam bem, não estavam intoxicados. Pelo contrário, a fumaça veio pra limpar. Porém, sem bem entender o que acontecia, a Preta via o fluido esvair-se, como toda boa fumaça, em doses cavalares da mais pura dispersão fumacê. O escudo podre? Talvez tenha terminado de apodrecer com as últimas chuvas fora de época, pois já não se encontrava na mesma posição. Nem pra oferecer a mínima resistência que fosse àquela dispersão maligna à qual a Preta tanto temia. O resultado, já se sabe... Burra e tola Preta, volte já a ser invisível! De preferência ao som de Dança da Solidão na voz de Marisa Monte, que você não deve fazer a mínima idéia de quem seja. Algumas pessoas são assim como a Preta. Completamente desprovidas de tamanha erudição.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

20-05-2006*

Lá vai a Preta, manca. Mancando sem destino, sem direção. A preta acha um banco e senta. Não é muito confortável, mas já era de desconfiar uma vez que a composição do banco é cimentária. Senta. Senta e olha. Olha o povo. O povo sentado e parado, o povo sentado se movimentando, o povo pra lá e pra cá à pé e o povo pra lá e pra cá nos seus carros. E a Preta começa a abstrair-se da realidade. Ficam somente as imagens e os sons. Os pensamentos ficam vazios, muito vazios. É como estar morrendo afogado, bem no limiar entre a consciência e o desmaio. A pessoa escuta, vê, mas não pode fazer nada. Foi assim com a Preta. Então, ela retomou a consciência, porém, ainda bem longe do mundo de vai e vem. Era uma pensamento meio surdo, um pensamento com conversas alegres de mototaxistas de fundo. Foi então que a Preta começou a idealizar algum maníaco vindo por trás e esfaqueando sua jugular. Ela não quer morrer, só quer pensar se alguém notaria. E, quando ela olha ao redor, vê meia dúzia de pessoas esperando, outra meia dúzia conversando e uma dúzia e meia fazendo uma espécie de barulho estranho dentro de uma coisa. Então ela vê que ninguém veria nada e que ela estava ali sozinha. Depois ela ficou invisível.


*Data de criação deste texto.




É tão bom olhar pra trás e ver que quase nada mudou. Nem a Preta. Ah, Preta! Como és insignificante!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Saudações para 2008


O final do ano chega e lá vêm todas as mesmas questões que me assolam nessa época do ano. Fiz o que deveria ter sido feito? Vivi o bastante? Fiz a diferença na vida de alguém? Coloquei em prática algum projeto? Li o bastante? Escrevi o bastante? Fui feliz o bastante?

A resposta é não! Pra todas as questões. E é o que deveria ser. Realmente nada teria sentido se eu tivesse alcançado todos os meus objetivos esse ano. Eu estaria pronta pra morte. Coisa que eu pretendo nunca estar.

O balanço que eu faço desse ano é bom. Nem ruim nem ótimo. Foi bom. Conheci ótimas pessoas, ótimos lugares, ótimas sensações, novas e velhas sensações. Redescobri o que achava estar perdido, fiz amigos, viajei. Vivi. Não o bastante para a minha sede de vida, mas vivi! Mas, continuo precisando me descobrir. Confesso que o objetivo maior da minha vida anda um pouco distante de se concretizar. Enquanto isso eu sigo tentando.

Não consegui terminar minha agenda, nem ler o quanto queria. O computador e a minha filosofia da vontade saciada me atrapalharam um bocado, mas já fica de deixa pro próximo ano. E assim os anos vão passando. Com planos, projetos, vontades e agendas sempre adiados para o próximo ano.

Próximo ano é entremeios. Não é o ano em que eu passo no vestibular, nem o ano em que me formo. Não é o ano em que eu caso, nem o que eu vou embora. Não é o ano em que tenho filho, nem o que eu mudo de casa. Próximo ano é apenas o próximo ano. O que eu pago o bloco de TV, o que eu continuo indo ao curso de inglês, o que eu continuo passando calor em Teresina. O que minha vida continua a mesma coisa. Mas existem alguns aspectos nos quais eu posso fazer a diferença. O primeiro deles vai ser: não fazer planos. Próximo ano é ano de não ter planos. De perder a estabilidade da estrada com início e fim. Próximo ano começa dia 1º de janeiro e não sei quando termina.

Viagens, shows, ficas, namoros, mudanças, livros, filmes, agendas? Não. Não sei o que será do meu próximo ano. Pessoas, relações, amor, paixão? Também não! Não sei. Não espero nada desse ano que a soma dos algarismos dá 1. O número do início. Não quero estigmas pro ano do início, pro meu ponto de partida. E assim será. Até 2008 acabar.

O post não é adiantado coisa nenhuma. Repenso a data de início do meu novo ano. Acho que ela mudou pra 06 de dezembro de 2007. Ok. Aqui começa 2008 e eu estou indo ali pintar minhas unhas de vermelho carmim, que é a cor que mais fala da minha alma nesse instante, ao som de Mombojó, aproveitando pra pensar sob esse céu cinza que insiste em me perseguir há 2 dias quase seguidos mandando relâmpagos e chuviscos pro meu vazio particular. A Preta volta com força total!

Let the seasons begin.