quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

CHANGES

É estranho ver pessoas que eram extremamente intimistas, introspectivas, serem agora as populares, quase "cópias deformadas dos personagens de malhação" (não resisti). São amigos dos quais gosto muito, mesmo com o pouco contato, mas mesmo assim ainda gosto demais. É só estranho. Isso não é crítica nem qualquer coisa que o valha. É apenas estranho.
'Movimento vamos falar dos dias toscos'.
Pois é. Quem nunca teve uma época tosca na vida? A minha foi a das micaretas. Só que, parando pra pensar hoje pela manhã, comecei a não mais considerar essa época assim: tosca. Foi uma época muito feliz, e se um abadá não custasse tão caro e eu tivesse meia dúzia de amigos que me acompanhassem, eu iria tudo de novo. Assim como iria a um carnaval de rua qualquer, como quando fui pra Paraíba (e foi um dos melhores canavais da minha vida, porque, dentre outros motivos, eu descobri que não são dois homens [um em pé em cima do outro] que ficam segurando aqueles bonecões de carnaval de rua da Paraíba e de Pernambuco). Meu pai reclamava porque a maisena usada pra jogar nas pessoas, daria pra matar um pouquinho da fome de outras tantas. Mas quem se importava, né? Egoísta como o ser humano é. Eu concordo com o pai, mas não vou mentir que também gosto da folia. Sei lá. A gente arranja um material alternativo, tipo... trigo? Brincadeira. A onda agora são aquelas espuminhas que eu usei muito durante as Micarinas que fui, que além de causarem muita irritação na pele e nos olhos, ainda corre o risco de começarem incêndios a partir de uma besteira (sem falar na camada de ozônio!!!). É pai, acho que prefiro a maisena. Também tenho meu lado egoísta.
Quando o Piauí pop veio substituir a Micarina eu fiquei metade feliz, metade triste. Metade feliz porque, como eu tenho namorado e fica chato levá-lo a micaretas, a gente tinha essa segunda opção que era bem mais em conta; além de (na 1ª edição) terem vindo muitas bandas legais. E triste porque, se um dia o namoro acabar e eu quiser curtir voltando pro empurra-empurra, já não vou mais tê-lo tão pertinho de mim. Agora talvez eu fique só triste, tendo em vista que desisti do Piauí Pop porque todo ano vem 1 banda legal e 50 bandas escrotas; e nem é mais tão em conta assim.
Comecei a pensar nisso porque queria viajar nesse carnaval. Pra Luis Correia, Guaramiranga, Olinda, Floriano, qualquer lugar que eu fosse ficar feliz pulando e dançando o carnaval (coisa que eu sempre gostei de fazer e que, não sei por que cargas d'água, de uns tempo pra cá tenho esquecido [pra não dizer renegado]). É estranho pensar assim depois de tanto tempo, mas o certo é que hoje eu senti vontade de sair com a minha mãe pra comprar o tênis com o qual eu vou pular o carnaval, comprar os shorts que vou usar, e até o protetor solar, pra não pegar ensolação. É uma das coisas que mais gosto de fazer, e que também tinha esquecido faz algum tempo, que é viajar. Antigamente, até pra Batalha eu gostava de ir, nem que fosse pra passar a tarde vendo tv na parabólica e tomando sucos, infinitos sucos; ou pra escutar o barulho da chuva que caía no fim da tarde começo da noite, e depois dela eu ir tomar banho com o shampoo e o condicionador com cheiros marcantes, só pra ir pra praça morrer de frio e voltar pra casa 10 da noite. Aquele CD da novela Laços de Família ficou pra sempre em mim, só porque eu gostava de escutá-lo durante o ócio. Eu tinha uma agendinha e escrevia tudo o que ele me fazia sentir. Perdi a agenda. Ah, eu também gostava de novela mexicana.
Agora eu sou a Natália que faz Comunicação Social na UFPI, freqüenta um "pub" GLS, não viaja mais no carnaval, tem um namorado que faz Direito e alguns importantes amigos. Sou a Natália que aprendeu a se calar pra deixar o outro falar e que vive com sono, acho que por falta do que pensar/fazer/dizer. Some changes was happen...