terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Móveis Coloniais De Acaju - Menina-moça
Leonardo Bursztyn E André Gonzales


Menina moça
Eu não queria te dizer
Mas me parecia
Não querias compreender
Que pra ser o tal
Não é preciso ser
Bacana e sacal
Não é preciso ser
Sacana e banal
Não é preciso ser
Mas o difícil é entender
Que pra ser o tal
Não é preciso ser você

Talvez seja tal e qual
Quarenta e quatro vezes normal
Mas na vez seguinte, no ano seguinte
Você se tornará legal

Seu sorriso de Cepacol
Sua sempre mal passada carne de sol
Sempre acompanhada, daquela gelada
E uma pelada de futebol
Que pra ser o tal
Não é preciso ser
Bacana e sacal
Não é preciso ser
Sacana e banal
Não é preciso ser
Mas o difícil é entender
Que pra ser o tal
Não é preciso ser você
Menina-moça
Eu só queria te dizer
O que é preciso
Não está na cara
Mas está na Caras esse mês

(Y)

CARNAVAL

Odeio todos vocês, pessoas que não têm consideração pelos pobres coitados entediados que passam o carnaval em casa e simplesmente NÃO ATUALIZAM SEUS BLOGS! Não quero saber se vocês viajaram e não tiveram tempo ou não arranjaram lugar. Sempre há uma lan house (ou só halls mesmo) e um minutinho perdido no meio de uma tarde na praia... eu sei que há!!!
Então, a quem interessar possa, meu carnaval foi sonolento que só e eu descansei muuuuuuuuuuuuito mesmo, apesar de não ter viajado pra nenhum spa de recuperação ou colônia de férias. Passei o carnaval idealizando como seria meu quarto de janela nova, e hoje, depois de ter de passar o dia no pé do pedreiro, analisando a situação posterior, não sei se prefiro a janela nova... (não ficou legal essa coisa de 'no pé do pedreiro'?... eu adorei) ;P
Hoje, quando o pedreiro chegou me contando um fato ocorrido nas proximides da minha casa eu parei pra pensar no conteúdo do filme O Outro Lado da Rua, com Fernanda Montenegro e Raul Cortêz (tá, vou dizer que foi o último filme que o cara fez. hehehe). Lembrei da cena em que ela saca que um carinha na fila do banco vai assaltar uma velhinha e faz um alarde todo pros policiais e o cara não consegue assaltar a velhinha. Bingo, ela alcançou o objetivo. Não não. Errado quem pensa assim. O objetivo maior dela era chamar a atenção da população ao redor, pra ela mesma. Sim, ela que era esquecida e solitária queria chamar a atenção de alguém. E ela sai contando pra todo mundo na rua e ninguém dá a mínima. conta pro cara do picolé, pro cara do espetinho, pro taxista e, cansando de estar tão ofegante na procura incessante pelo 'oooooohhhhh, que absurdooo' que a massa faz ao ver algo que não condiz com o padrão, ela, ainda na rua, liga do seu celular para alguém pra contar. E começa a falar sem parar, quase não respira, só contando o absurdo que foi aquela cena e tal. No final ela diz: 'obrigada, eu só precisava desabafar' (não lembro se tem o obrigada). Quando chega em casa, ela vai esvaziar a secretária eletrônica, ouvindo o único recado que tem: o dela pra si mesma.
Bem, o que eu quero com esse discurso todo? O cara quando chegou aqui em casa disse que 2 motoqueiros armados estavam matando pessoas sem ver nem pra quê. Assim, na sorte (ou azar) mesmo. O certo foi que um dos motoqueiros feriu a bala um, e matou outro. E eu, como boa integrante da massa que sou, bestifiquei e fiz o 'não creioo!!! meu deus, que absurdo. ainda bem que não fui eu que ele encontrou, etc etc etc (momentos antes eu tinha ido deixar mamys num clube aqui perto)'. A partir deste fato eu parei pra pensar em como será que o pedreiro teria reagido se eu tivesse feito uma cara blasè e tivesse entrado em casa e oferecido a pá de cimento pra ele. Talvez eu tenha bestificado muito mais pelo sentimento de solidariedade com o susto alheio (porque ele veio à pé pra minha casa), enfatizando o fato de a poucos minutos eu também ter estado vulnerável ao tal ataque; ou se simplesmente eu pasmei por pasmar mesmo. Nunca saberei.