terça-feira, 30 de outubro de 2007

el capitalismo foraneo

No ouvido: Queremos Paz - Gothan Project

Notícia empolgante: Brasil como sede da Copa de 2014. Até lá dá tempo eu fazer um texto ressaltando toda a inépcia desse país em receber até mesmo uma competição de pequeno porte por conta da burocracia que pára nossa vidas TODO-SANTO-DIA! No mais, a única coisa que posso adiantar é: nem que dessem 30 anos pro Brasil se preparar pra isso, não aconteceria (á) sem vexames, produção incompetente, atrasos, fraude de licitações e coisas do tipo. Mas, estas são só previsões de alguém que não consegue imaginar como será o próprio dia seguinte.

As únicas expectativas que posso nutrir serão a de que o ridículo desse país não me decepcionará (de novo) e que ele vá lá, escrever pra caralho como só ele sabe fazer. Tô aqui colocando toda a minha espiritualidade e misticismo nos votos de que você vá lá e arrase. Mostre que piauiense também faz bem feito. A parte do misticismo era só pra dar um plus a mais.

Vamos agora ao que interessa

Depois de 4 longos dias, eis-me aqui na tentativa de resumir o que foi conhecer outra cidade, outro povo, outras gírias, outro tempo, outros caminhos, outros olhares.

Não adianta nada eu pensar, pensar, pensar, como fiz nas quase 12 horas de viagem de volta (entre espera e vôos) porque no final das contas sempre vou esquecer de algo, como sempre acontece.

A cidade é bonita e feia. É bonito ver o movimento, os passos apressados, a vida que não pára, a noite que não pára, o povo que não pára. É bonito ver como o tempo passou e levou consigo a vitalidade dos prédios, sua sobriedade, suas rijas colunas. O tempo mudou os costumes e o feio apareceu. De cima, só o começo, nada de fim.

Gente pede. Gente grande, gente pequena. Gente pobre pede dinheiro; gente rica, tempo. Gente magra pede comiga; os gordos, espaço. E a gente, de fora, pediu diversão. E que diversão. Diversão dia e noite, no frio e no calor, nos tempos em que as noites confundiam-se com os dias e até mesmo no frio havia uma forma de calor.

Quatro noites praticamente em claro, não me fizeram abdicar da diversão; as mais de 24 horas sem comer, não me fizeram despencar. Acho que a adrenalina foi liberada em altas quatidades e meu corpo me jogou numa espécie de emboscada. A água natural era bastante pra matar a sede. A temperatura ambiente era a ideal para dormir (até mesmo sem lençol). A água gelada do chuveiro servia pra acordar e fazer sentir vivo qualquer sentimento de euforia que fosse. A quente acalmava os ânimos e dava descanso às almas insones.

O objetivo da viagem? Nenhum! Quem pensa que fui só pra ir ao Tim Festival, engana-se. Fui pra conhecer a cidade, a gente de lá. Mesmo sem show eu iria. Se eu fui aos shows forçada? Nem um pouco. Eles foram apenas mais um capítulo da experiência que eu mais aprecio nessa vida. Mais até do que o amor. A viagem te faz conhecer, admirar, alimenta tua alma e tua memória, abre teus olhos.

Depois de tudo isso, só tenho a agradecer e esperar ir a outro lugar bem longe no próximo verão. Se der pra ver o show da Björk, gritar e pular ao som quase infame de The Killers, passar frio às 5h da manhã do dia em que viajo de volta, não dormir mais que 6 horas ao todo, ver o amigo querido, fazer outros tantos tão queridos quanto os que fiz nessa, acho válido.

Quero mais barzinho, mais festas privès, mais conversas na madrugada fria, mais shows que amo, mais gente legal à minha volta, mais Amy Winehouse no carro e etc...

No ouvido: Para Mais Ninguém - Marisa Monte.

Depois posto sobre os shows...