terça-feira, 29 de maio de 2007

O POST

Cara, não tenho a mínima vocação para títulos. Nem para legendas de fotos. Mas sei que não escreveria 'faser' em nenhum dos dois casos. É assim, uns não têm vocação, outro não têm atenção. Digo atenção porque sei que a pessoa não errou porque não sabia, e sim por um lapso. Mas mesmo assim doeu quando li.

É muito estranha essa coisa de lidar com português, principalmente na profissão que escolhi. Tudo bem que um matemático ou físico não precisa ser um asno na língua pátria só porque lida com números. Até porque, a resolução de uma questão está intrinsecamente ligada à interpretação do seu enunciado. Portanto, matemáticos têm que saber se expressar, e muito bem, diga-se de passagem.

A estrangeirização que vem acontecendo nos últimos tempos, principalmente no Brasil, pode ser considerada fruto da complexidade de nossa língua. A globalização exige que você saiba mais que os outros pra se destacar. Saber qualquer coisa, sem ser necessariamente com relação a línguas. Mas no que diz respeito aos idiomas, opino que é preciso que saibamos para quando precisarmos, e que não somos obrigados a substituirmos nossos termos por estrangeirismos. Não pela globalização. Mas a prática nos induz ao fato. A globalização pede praticidade e nós, meras marionetes de uma era que realmente não tem mais jeito, temos que obedecer. Por isso falamos comida "light" em vez de comida "sem gordura", e se falarmos comida "sem gordura" logo pensam que a comida foi feita sem óleo, que é uma coisa muito feia, degenerada e sem gosto. Mas "light" designa comida saudável e chique (pelo menos pra algumas pessoas).

Esse papo de globalização já é meio batido mesmo. O que está na moda agora é aquecimento global. Queria eu ter uma bola de cristal pra ver que todas essas premonições acerca do futuro estão erradas. Acredito muito que existam mais 100 milhões de pessoas que nem eu no mundo, que quando acordam abrem a janela do quarto, em vez de acenderem a luz. Já passei o hábito para o meu pai. Só não sei quando vou conseguir tomar banho com pouca água. Já tentei banhar de balde, mas nem sempre tenho tempo disponível para a prática; e, se sobra água, ela fica muito fria pra banhar depois. Mas já comecei a banhar a cachorra com um baldinho também, em vez de deixar a mangueira derramando água um tempão.

Mesmo sem incentivo da prefeitura - imaginem que são raros os lugares em que ando, que têm lixeiros relativamente perto uns dos outros - continuo preservando a cidade limpa dos meus lixos. Por conta disso tenho uma coleção de garrafas pet de água mineral e minhas bolsas têm mais papel de bombons e chocolate do que deveria. Descobri que é até mais legal colocar as garrafinhas de água mineral cheias na geladeira. Elas são bem mais anatômicas que aquelas garrafas imensas e pesadas.

Mas vocês acreditam que esse post todo começou só porque eu não tinha nenhum título legal pra colocar ali? É... chamam isso de boa imaginação.