terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Post ainda por fazer*

Surprise, sometimes, will come around
Surprise, sometimes, will come around
I will surprise you sometime.
I'll come around
Oh, I will surprise you sometime.
I'll come around when you're down...

*Volto depois, com mais tempo, pra terminar. =]

Como prometido, aí vai.

Saudosismo desenfreado

É engraçado como quando eu estou sem ocupação (leia-se no ônibus, sem livro e com um mp4) eu penso em coisas. Coisas completamente aleatórias, sem sentido, que qualquer um pode pensar. Mas, na minha mente, eu desenvolvo um texto, uma crítica a qualquer situação e planejo horrores postar aqui no blog. A graça fica por conta do esquecimento. Eu sempre dou um jeito de esquecer o que ia postar. Até lembro do assunto, mas não consigo discorrer da mesma forma que tinha feito em pensamento. Nem o teclado acompanha meus devaneios.

No início da semana, quando chovia, eu cheguei ao estágio que, pra quem não sabe é a escola onde eu estudei da alfabetização à oitava série, e me senti tomada por um sentimento de nostalgia. Mas era aquele sentimento que me sufocava mesmo, o ar estava pesado, eu não conseguia simplesmente passar pelas coisas sem lembrar de milhões de acontecimentos pelos quais passei naquela escola. Apesar disso, continuo achando que não levei muito dela em mim. De qualquer forma, não se pode desprezar 8 anos da vida.

Passei pelo prédio velho, que hoje está reformado, não muito diferente de quando eu andava por lá, mas um pouco mudado. O chão de cimento que deixava os pés firmes por mais molhado que estivessem, foi substituído por um azulejo escorregadio e pessoas de serviços gerais que passam o pano freneticamente quando a chuva acaba.

A quadra da escola é a mesma. Os mesmo bancos, também de cimento, o mesmo alambrado e as mesmas salas que ficavam por trás. O banheiro também está no lugar. A diferença fica por conta do prédio que passou 5 anos sendo construído e, quando eu saí de lá, ainda era só um monte de concreto e a gente fazia educação física lá embaixo. De vez em quando rolava uma paquera no projeto de escada que hoje dá acesso ao novo prédio, de três andares que abriga terceiros anos e pré-vestibular. Tem até um elevador. A cantina era no espaço onde eu fazia capoeira em 1999.

É, a escola cresceu mesmo e, pela primeira vez na minha vida, depois de 7 anos sem pisar naquele lugar, eu senti saudades. Saudades da escada estreitinha que dava acesso ao andar onde os “alunos grandes” estudavam. Saudades das feiras de ciências e do quanto uma vez eu fiquei louca atrás de uma tv, só porque as pessoas daqui de casa não deixaram eu levar a minha (nem lembro mais sobre o que era nosso trabalho). Saudades das gincanas que eu amaaaaaaaaa (...aaa) va assim mesmo de coração. Pulava e gritava o dia inteiro, passava dias e noites (que pareciam ser infinitos) ajeitando tudo e, como eu estudava à tarde e tinha bem menos alunos que pela manhã, minha equipe sempre perdia. No ano que “a tarde” ganhou eu tava estudando pela manhã.

Saudade da buzina do carro do papai, que era um Santana e só ele tinha aquela buzina. Eu nem me preocupava em ficar esperando do lado de fora do pátio, porque sempre que ele chegava alguém gritava “Natáááália (nesse tempo ainda não me chamavam de Nat), é teu paaaai”. Isso se eu não for contar quando eu ficava do lado de fora e sabia que eu pai tava chegando por causa do farol do carro. Eu conhecia a forma do farol do carro. Não preciso dizer que isso me rendeu um belo problema de vista, né? Não é lá muito saudável ficar olhando pra farol de carro às 7h da noite esperando seu pai chegar.

Ele me pegava todo dia às 19h pra me levar à natação. Como ela começava exatamente nesse horário, eu não teria tempo de trocar de roupa no clube e ia trocando dentro do carro mesmo. Eu sei que já não era mais tão criancinha pra fazer isso no meio da rua em pleno tráfego, mas, como sempre fui tábua mesmo, não me incomodava muito e também nunca percebi que alguém olhasse. Era sempre no banco de trás e o carro tinha fumê (ou não).

Onde eu assistia aulas agora tem câmera, onde eu sentava no recreio agora tem bancos, onde eu jogava capoeira tem uma cantina. Onde eu esperava meu pai chegar, dentro da escola, tem uma escada e onde eu esperava ele chegar, fora da escola, tem um canteiro com muitas plantas e uma grade. Hoje eu vejo o quanto seria cansativo esperar meu pai chegar.

Lembro ainda do quanto o ar-condicionado era gelado nessa época do ano e que foi por causa disso que eu descobri que minha pressão é muito baixa. Ela normal é 10 por 6, mais ou menos. Tinha dias em que eu saía da sala com aproximadamente 8 por 4 e o rosto vermelho e quente, o que fazia minha mãe achar que era pressão alta e esconder todo o sal do mundo inteiro. Dá pra saber também que foi uma época difícil e eu quase morro, né? Hahaha

Mas, quando eu chegava em casa, estava passando a TV CRUJ ou Castelo Rá-Tim-Bum.

Aí ficava tudo bem. E por aí vai.