sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Conversa de botequim

Júlio e Romano se encontram sempre às 19:30 no botequim da esquina de casa.

-Porra Romano, e essa chuva aí, meu irmão? Atrapalha demais a nossa vida, né?
-Eu gosto! Da chuva e de coisas atrapalhando a minha vida. Assim sobra tempo pra vir no bar.
-Como assim, Romano? Tu tá no bar todo santo dia, chegado! Desde quando precisa chover pra tu vir tomar birita?
-Quando chove eu me sinto verdadeiramente inspirado a tomar cachaça. No calor eu tomo só pra amenizar a temperatura.
-Romano, velho... tu é mermo uma figura. No calor, toma pra esfriar, no frio toma porque se sente inspirado. Todo bêbado tem uma desculpa mermo, né?
-E a tua, Júlio? Qual é a tua pra não fazer nada o dia inteiro e vir pra cá todo dia às sete horas biritar?
-Ué, eu não tenho uma. Eu venho porque eu gosto do muquifo, ora!
-É, parceiro. É isso aí mesmo. Eu pelo menos ainda tenho duas desculpas.

(...)